sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

OS FILHOS DE COMAGENE I

Introdução



Em 72 d.C. o reino de Comagene foi extinto. A família real foi exilada em Roma, onde, contudo, viveu regaladamente respeitada. Embora não gerassem mais reis, os descendentes dos reis de Comagene destacaram-se no mundo romano.


Aka II e filhos (entre I a.C. e I d.C.)


Não se sabe ao certo sua origem. 

Ela pode descender do grande rei de Comagene Antíoco I Theos (imagem ao lado) através de seu filho o príncipe Antíoco II de Comagene de quem seria filha ou através da filha de Antíoco I chamada Antioquis que teve uma filha chamada Aka (sepultada no célebre túmulo de Karakus) e esta por sua vez outra filha chamada Aka. Daí ela ser chamada Aka II.
Apesar das duas possibilidades era certamente descendente de Antíoco I, o maior rei de Comagene. Aka II casou-se com Trasilo de Mendes. Ele foi um gramático alexandrino, editor de Platão e Demócrito, contudo destacou-se mais como astrólogo. Trasilo encontrou o futuro imperador romano Tibério (imagem abaixo), o herdeiro presumido do imperador Augusto, na ilha grega de Rodes, onde Tibério tinha sido exilado.

Trasilo predisse que Tibério seria logo reconvocado a Roma e oficialmente nomeado o sucessor de Augusto, o que de fato aconteceu.Trasilo foi recompensado por Tibério recebendo como presente a valiosa cidadania romana e como esposa a princesa Aka II de Comagene. Tiveram dois filhos: Tibério Cláudio Balbilo e Eunia. Trasilo exerceu importante influência na corte imperial sendo um dos conselheiros do Imperador. Sua influência salvou a vida de muitos acusados de traição e fez de tudo para que Tibério escolhesse Calígula, com quem sua filha Eunia teve um caso escandaloso, como sucessor, o que de fato ocorreu. Enquanto Aka II exercia seu papel apenas nos bastidores na política romana, seu marido, filhos e genro tiveram papel de destaque.

Tibério Cláudio Balbilo (20-79), conhecido também como Balbilo, o Sábio, exilou-se no Egito durante o reinado de Calígula (37-41) retornando sob o imperador Cláudio (41-54) a quem serviu nas campanhas militares para a conquista da Britânia (atual Grã-Bretanha) na 20ª Legião. Condecorado por seus préstimos na Britânia, Balbilo foi um dos mais altos magistrados da classe equestre.

Alto sacerdote no templo de Hermes em Alexandria e o diretor da Biblioteca, ele dividia seu tempo entre o Egito e Roma. Como seu pai, exercia práticas astrológicas. Era amigo do imperador Cláudio (imagem ao lado) até depois de o Imperador ter baixado um édito que expulsava todos os astrólogos de Roma. Ele evitou a morte de muitos astrólogos sob o imperador Nero (54-68) que em 56 o designou como prefeito do Egito, onde ele ficou até 59. Balbilo voltou a Roma sob imperador Vespasiano de quem se tornou amigo. Quando ele morreu, Vespasiano dedicou-lhe um festival esportivo (os Jogos Balbileanos). Balbilo foi casado com uma mulher grega que lhe deu uma filha, Claudia Capitolina, que casou-se com o príncipe de Comagene Antíoco Epífanes.

Eunia, filha de Aka II e Trasilo, casou-se com Névio Sutório Macro. Depois da queda e morte do poderoso prefeito da Guarda Pretoriana, Lúcio Sejano em 31, seu marido foi designado por Tibério para substituir Sejano.

Por esta posição, Macro e Eunia ganharam e exerceram grande influência na corte imperial. Macro e Eunia apoiaram a Calígula para suceder Tibério. Segundo os historiadores romanos Suetônio e Tácito houve um caso amoroso entre Calígula (imagem ao lado) e Eunia com o consentimento de Macro. Depois do "romance" entre Eunia e Calígula na Ilha de Capri em 34, este não só jurou casar-se com Eunia após tornar-se imperador como pôs este juramento por escrito. Algum dia em 38, pouco depois da ascensão de Calígula ao trono imperial (37), Eunia e a Macro caíram no desfavor de Calígula e ambos suicidaram-se.
Não se sabe o tempo que Aka viveu ao certo e se acompanhou as venturas e desventuras de seus filhos na corte romana.

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